domingo, 9 de dezembro de 2012

13 dicas para se concentrar na hora dos estudos


Por mais que você tente, está difícil fazer sua mente focar nos estudos? Veja as dicas de especialistas para resolver seu problema

Ana Carolina Prado | 17/04/2012 16h 30
Nosso cérebro é meio fanfarrão: na hora de pensar em estratégias para aquele jogo complicado de videogame ou de ler aquela revista que você adora, ele coopera facilmente. Mas quando é preciso sentar e estudar um pouco, parece não haver jeito de alcançar a concentração.
Isso fica ainda mais desesperador quando estamos em ano de vestibular e não temos tempo a perder. Para ajudar você nisso, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com especialistas e pediu dicas para ajudar seu cérebro a se concentrar. Como cada pessoa tem um jeito de funcionar, nem todas elas serão igualmente eficientes para todo mundo. Então é bom fazer uns testes até descobrir quais dão certo para você.
Não se contente em ler: escreva!
Segundo o professor e autor de livros com dicas para estudos Pierluigi Piazzi, é importante estudar escrevendo, e não só lendo. "Quem só lê perde a concentração. Quem escreve consegue entender o assunto e mantê-lo na mente", explica ele.
Escreva à mão em vez de digitar
Pesquisas já mostraram que os alunos que fazem isso aprendem mais do que quem só digita. "Você tem movimentos totalmente distintos para escrever cada letra a mão, mas isso não existe quando você está digitando. Isso faz com que mais redes neurais sejam ativadas no processo da escrita", diz o professor.
Como saber o que vale colocar no papel 
Faça resumos, fichamentos e esquemas da matéria. Mas nada de ficar copiando todo o conteúdo dos livros. Para saber o que vale escrever, faça de conta que você está preparando uma cola para uma prova. Por ter pouco espaço e pouco tempo para consulta-la, é preciso ser conciso, mas ao mesmo tempo abordar os pontos principais. É disso que você precisa quando for estudar. 

Revise a matéria que aprendeu em aula no mesmo diaAlém de evitar acumular matérias, estudar o conteúdo visto em sala de aula no mesmo dia fará com que seu cérebro entenda que aquilo é importante e o memorize. 

Estude sozinhoVamos combinar que, por mais legal que seja se reunir com os amigos para estudar, você acaba falando mais de outras coisas e as dúvidas permanecem. O professor Pierluigi é um grande defensor da ideia de que só se aprende mesmo no estudo solitário. "Estudar em grupo é útil se você for a pessoa que explica a matéria para os outros. Quem ouve não aproveita", diz ele. A melhor dica para um bom estudo, aliás, e explicar a matéria para si mesmo. 

Use as aulas para entender as matérias e tirar dúvidasUm erro comum, segundo o professor Pierluigi, é fazer dois cursinhos para ter um maior numero de aulas - o que realmente vai fazer diferença no vestibular é o momento em que você estuda sozinho, não o número de aulas que pegou. Mas isso não significa que vale cabular ou dormir nas aulas: elas são importantes para entender a matéria e tirar dúvidas. 

Desligue todos os aparelhos eletrônicos. Na hora de estudar, nada de deixar o celular por perto avisando você de cada notificação no Facebook. E nem caia na tentação de abrir o Facebook só por "dois minutinhos". Esses dois minutinhos sempre se estendem e acabam com toda a sua concentração. Reserve um tempinho do seu dia só para as redes sociais e faça isso virar rotina para que se acostume a checá-la apenas nesse tempo específico.

Estude em um local organizado e tranquiloO resto da sua casa até pode ser uma bagunça, mas o local onde você costuma estudar precisa estar sempre organizado e silencioso. Ter muitas coisas espalhadas pode atrapalhar a sua concentração e há o risco de perder tempo procurando coisas que sumiram na bagunça. 

Música? Só em línguas que você não entendaNão é proibido estudar ouvindo música - há quem precise dela para se concentrar. Mas evite ouvir músicas em idiomas que você entenda - isso pode fazer com que você desvie sua atenção para a letra e esqueça a matéria.
Use marca-textoUsar canetas coloridas e marca-texto para enfatizar os pontos principais é uma boa ajuda para manter o foco no que for importante, especialmente se você tem problemas mais sérios de déficit de atenção. Post-its também podem ser úteis. 

Respeite seu tempoSe você é mais produtivo de manhã, deixe para estudar as matérias mais difíceis nesse período. Quando sentir que a concentração não está rolando de jeito nenhum, faça uma pequena parada e depois volte. Manter intervalos regulares é fundamental - e a frequência vai depender do seu ritmo. 

Tenha uma programação organizada, mas seja flexívelUse uma agenda ou quadro branco para organizar suas tarefas e respeite-a! Mas faça programações realistas para que você não se desanime. Definir que você vai estudar durante oito horas por dia se você tem várias outras atividades, por exemplo, não é algo razoável. E esteja aberto para mudanças, caso seja necessário.
Crie um pequeno ritual antes de estudar
Sempre que for mergulhar nos estudos, crie e respeite um ritualzinho antes. Pode ser um alongamento, pegar um copo de suco para deixar na sua mesa, ou que mais achar melhor. Com o tempo, seu cérebro vai entender que é hora dos estudos e ficará mais fácil se concentrar.
Quando a dificuldade de concentração é crônica
Às vezes, a falta de atenção pode ser crônica e estar associada ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). "Todo mundo pode ser os sintomas, mas não o TDAH de fato. O que conta é chama é a persistência e o prejuízo que isso traz para as pessoas do ponto de vista educacional (como evasão e não conclusão dos estudos) e sociais (dificuldade de inserção no mercado de trabalho, inadaptação social etc.)", explica Cláudia Machado Siqueira, neuropediatra e coordenadora do Laboratório de Estudos dos Transtornos de Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da UFMG.
Os sintomas do TDAH, tanto de desatenção quanto de hiperatividade, aparecem por volta dos 3 a 7 anos de idade. Na vida adulta, o que fica geralmente é a dificuldade de se concentrar na metade dos casos - a hiperatividade diminui. Pesquisas apontam fatores genéticos e neurológicos como as principais causas prováveis do problema, embora fatores sociais possam contribuir no desenvolvimento de problemas associados.

Nesse caso, é necessário procurar um especialista. "O problema não tem cura, porque é o jeito como seu cérebro funciona", explica Cláudia Siqueira. Mas existe tratamento, geralmente feito com medicamentos e com a chamada terapia cognitivo comportamental (um segmento da psicologia que ajuda a criar estratégias para ajudar a pessoa na organização, planejamento e cumprimento de tarefas e objetivos, como as que a gente listou aqui).

O que é uma dissertação?


Muitos vestibulares terão prova de redação em sua segunda fase e, na maioria dos casos, a dissertação é o tipo de texto mais pedido. Mas quais são as características obrigatórias de uma redação dissertativa? Listamos abaixo:
- Uma dissertação serve para expor uma ideia, problema ou questionamento. Nela, desenvolve-se um raciocínio com base em argumentos que levarão a uma conclusão.
- O estudante deve ser capaz de colocar argumentos válidos para fundamentar suas afirmações.Evite clichês e generalizações.
- A intenção é convencer o leitor a respeito da opinião defendida no texto – e essa opinião deve ficar clara em uma conclusão final.
- Mas essa conclusão não precisa dar uma solução definitiva para a questão – até porque os temas, muitas vezes, são tão complexos que não permitem isso.
- A dissertação geralmente deve ser construída com linguagem culta (mas as instruções da prova vão dizer isso),  bem como clareza e objetividade. E espera-se um texto impessoal – mas não é proibido usar a primeira pessoa (eu, nós).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

TEMPLO DOS DEUSES


Acesse o site TEMPLO DOS DEUSES e saiba tudo sobre as mitologias das mais diversas culturas. Trata-se de pesquisas detalhadas dos Panteões Grego, Africano, Celta, Egípcio, Inca, Hindu, Maia, Romano, Asteca, Oriental e Nórdico.

http://www.seuhistory.com/deuses.html 

CURSOS ONLINE DE EXCELENTE QUALIDADE E GRATUITOS


 

Assista aos melhores cursos universitários do mundo, em português! Site reúne atualmente 5.040 vídeos com legenda em português das principais universidades do mundo: Berkeley, Columbia, Havard, Michigan, MIT, NYU, Princeton, Stanford, UCLA, UNSW, Yale, TED e USP.
http://veduca.com.br/


A Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ disponibiliza aqui as videoaulas do curso de Tecnologia em Sistemas de Computação. Este é um curso de nível superior que adota a metodologia semipresencial e conta com videoaulas especialmente produzidas neste contexto. O curso tem como objetivo formar profissionais com competência para realizar, entre outras tarefas, instalações de redes locais; desenvolvimento de pequenos programas; instalação de sistemas operacionais para máquinas de pequeno porte; manutenção de banco de dados em computadores pessoais destinados a pequenas corporações; e criação e manutenção de sites na web.
http://www.cederj.edu.br/videoaulas/


Site de reforço para ENEM e demais Vestibulares com excelente qualidade e didática.
http://okuadro.com/

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Importância da Leitura




A leitura é essencial para o cérebro e a aprendizagem. É por isso que durante anos, leitores, filósofos e escritores de todas as idades têm escrito coisas sobre suas percepções após uma leitura. Reunimos algumas frases deles que certamente vão incentivar você a pegar um livro e deixar sua imaginação fluir. Confira a seguir as 7 frases inspiradoras sobre leitura:






"A leitura faz ao homem completo; a conversa, ágil, e o escrever, preciso." (Francis Bacon)

"Acho que o escritor deve escrever para a alegria do leitor." (Jorge Luis Borges)

"A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita exatidão." (Francis Bacon)

"Aquele que lê muito e anda muito, vê muito e sabe muito." (Miguel de Cervantes Saavedra)

"Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós." (Franz Kafka)

"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." (Mário Vargas Llosa)

"Acho a televisão muito educativa. Toda as vezes que alguém liga o aparelho, vou para outra sala e leio um livro." (Groucho Marx)

O hábito da leitura traz grandes benefícios para a vida acadêmica e pessoal. Confira algumas dicas e estratégias para estimular a leitura de seus alunos.
É muito comum entre professores de literatura pedir aos alunos que leiam determinados livros durante o ano escolar e, no fim, testar os conhecimentos adquiridos com o livro por meio de provas tradicionais. Essa prática, porém, acaba, muitas vezes, por estimular a “decoreba” e leituras de última hora na internet, em resumos e textos sintetizados. Para evitar essa situação e estimular a leitura eficiente e produtiva em seus alunos, confira as quatro dicas a seguir:
1. Programação da leitura
Ao invés de testar os conhecimentos apenas no fim da leitura, tente organizar uma programação da leitura para que o livro seja completamente aproveitado. Estabeleça metas como, por exemplo, duas semanas significando quatro capítulos lidos. Separe uma aula a cada quinze dias para organizar grupos de discussão e reflexão sobre o conteúdo lido durante o período. Você pode chamar essa aula de “pare, pense, escreva”. Ao final da aula, os alunos produzem um relatório daquilo que já sabem do livro e guardam como anotação.

2. Assunto específico
Você também pode organizar a aula quinzenal por assunto, agrupando alunos com níveis diferentes ou semelhantes de leitura para estimular o engajamento. Dentro de determinado capítulo, escolha alguns temas interessantes e solicite que cada grupo separe uma observação ou questionamento para compartilhar em debate com toda a sala depois.

 3. Exemplos visuais
Dependendo do tipo de texto e área de conhecimento é possível fazer exemplos, linhas do tempo, tabelas e cronogramas que seguem a leitura. A cada aula específica para o livro os alunos acrescentam novas informações e formam gradativamente um material de apoio exclusivo para o entendimento da história.

 4. Perguntas chave
Separe pelo menos uma aula para que os alunos façam anotações e perguntas exclusivas sobre o texto. Esse material será entregue a você. A partir dessas notas você pode organizar atividades de leitura futuras e tirar dúvidas sobre o livro que a maioria da sala apresenta.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Aula sobre Édipo Rei e a origem da Tragédia Grega



Édipo Rei ao mesmo tempo em que é o primeiro grande clássico ocidental é também, de certo modo, a origem da tragédia grega. A palavra tragédia vem do grego 'tragos', que é 'bode', e 'odia', o 'canto'. Há 2 hipóteses: a de que o bode era prêmio dum concurso de recitação em honra de Dionísio, deus do vinho e do teatro. Outra teoria é a de que a palavra era 'trigos', não 'tragos', e designava a colheita da uva.

Na 'Poética', Aristóteles afirma que a tragédia surgiu da evolução dos coros de ditirandos em homenagem a Dionisio. É possível ver em 'As Bacantes' que quem não se rendesse a Dioniso era destroçado. Para Aristóteles, a tragédia purifica (katarsis) emoções, principalmente compaixão e medo.Quanto mais 'katarsis', melhor. Há uma espécie de cura, operação medicinal pelo Teatro.

Era uma espécie de obrigação e privilégio frente à cidade que os ricos fossem 'coregos': patrocinadores do evento. A ideia de concurso era muito presente nessa mentalidade 'ocidentalizante' da Grécia, de vaidade e disputa. As tragédias gregas trabalhavam com os elementos dos épicos, com essa tradição. Mesmo quando a tragédia se distancia do 'tragos',a essência permanece:o ato edípico de furar os olhos ou seu suicídio.

Adorno disse que a essência do sacrifício existir é o que mantém o vigor da arte. A tragédia é isso: a tensão existente em torno de rituais corrompidos, tanto religiosos como cívicos. Para Aristóteles, 'Édipo Rei' era a tragédia mais perfeita, principalmente pela estrutura do enredo - o 'mithos'.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Razões da violência em São Paulo e Santa Catarina



WASHINGTON NOVAES é um jornalista atento às causas das violências que estão ocorrendo principalmente em São Paulo e em Santa Catarina. Parece que uma orgnização criminosa com algumas características de estado paralelo está se enfrentando com o Estado constitucional.Todos nos perguntamos, sem entender exatamente o porquê deste recrudescimento da violência, com tantas vítimas inocentes e com tantos policiais assassinados. Aqui vai uma reflexão esclarecedora de W.Novaes que acaba de ser publicada em O São Paulo de 23/11/2012 sob o título: “As novas percepções na escalda da violência”.


Que quer dizer exatamente a onda redobrada de violência na Grande São Paulo e interior paulista, Santa Catarina, Goiás, Paraíba, Bahia, Ceará e outros Estados ? O tema está a cada dia mais presente na comunicação e suscita, inclusive em entrevistas e artigos assinados, muitas interpretações. Na verdade, a questão já era muito forte e só agora temos uma nova visão ? Ou se trata de uma escalada na violência ? Por que ? Será coincidência ou um salto de consciência ?
Carmo Bernardes, o falecido escritor mineiro/goiano, costumava dizer que os acontecimentos (e a consciência sobre eles) em nossas vidas não escorrem lentamente, e sim dão saltos repentinos: de um momento para outro vem-nos a consciência de que houve uma mudança forte, um salto. Será assim neste momento ? Ou se trata apenas de coincidência, situações momentâneas ? Por um lado, as estatísticas de crimes mostram que a situação não é nova, embora possa ter-se agravado – apenas se estaria dando mais ênfase. De fato, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, citado pelo ministro da Justiça (ESTADO, 14/11), diz que já tínhamos no ano passado 471,2 mil pessoas presas em 295,4 mil vagas, com um déficit de 175,8 mil vagas e 1,6 preso por vaga. Só no Estado de São Paulo, 195 mil presos, ou 1,9 por vaga. Nas 28 prisões da Região Metropolitana, no ano passado, 43,6 mil presos. E 250 mil pessoas detidas provisoriamente.
Então, por que não percebemos antes a enormidade do quadro, só lhe damos atenção agora ? Há indícios de que ocorreram mudanças importantes e certas coisas parecem mais visíveis. Entre elas, um aparente deslocamento geográfico do crime organizado, em busca de novos territórios, desde que cessou o acordo não declarado que havia no Rio de Janeiro, desde o governo Chagas Freitas, na década de 70, entre a polícia e o tráfico de drogas – “vocês não descem o morro e nós não subimos”. Com a ocupação de morros e favelas pelo programa das UPPs, o crime (drogas, especialmente) teve de migrar – inclusive para fora do Estado. São Paulo e Santa Catarina parecem ser novos territórios, ou a busca deles.
Mas essa busca tem implicado uma escalada. Os comandos de organizações na área do tráfico têm recorrido até à requalificação técnica de seus membros, matriculando-os em cursos que ensinam a manusear explosivos (Folha de S. Paulo, 18/11). Tem significado a exigência de que os devedores aos mandantes do tráfico sejam obrigados a saldar suas dívidas executando policiais – 6 PMs e dois agentes prisionais foram executados em 20 dias (Estado, 15/11), quando 154 pessoas foram assassinadas. Em um ano, foram mortos 93 policiais (19/11) Ordens de ataques têm partido de dentro de prisões (15/11), a ponto de os governos federal e paulista cogitarem de implantar bloqueadores de celulares em presídios, ao custo de R$1 milhão em cada um deles levado para 143 unidades prisionais (19/11). A evidência de que esses novos fatores influenciam a visão das autoridades paulistas está no processo, já iniciado, de transferir líderes de organizações para presídios de segurança máxima fora do Estado (17/11), e no anúncio de que haverá ações importantes em “14 pontos estratégicos do Estado”.
Para completar o quadro da redistribuição geográfica do crime organizado: parece claro que o Centro-Oeste brasileiro transformou-se no ponto de recepção e redistribuição de drogas advindas das regiões de fronteira. Goiânia teve quase 500 homicídios no ano passado, mais de 500 este ano, até agora – quase invariavelmente relacionados com o tráfico e o não-pagamento de dívidas. Rio Verde, cidade de 185 mil habitantes, em 2011, quase 100 assassinatos. Este ano, mais (O Popular, 19/11). De certo modo, os fatos estavam diante dos nossos olhos há muito tempo. Na Paraíba, a Polícia Federal prendeu mais de 30 policiais e agentes de segurança “envolvidos em grupos de extermínio” (Estado, 10/11). De 1984 para cá, escreve o leitor Marcelo de Lima Araújo, mais de um milhão de pessoas foram assassinadas intencionalmente no Brasil”, o “20.o país mais violento do mundo”.
E mesmo deixando de lado as razões sociais desse quadro não há como entrar nessa seara abominável do crime e do crime organizado sem referência à situação calamitosa do Judiciário, que implica também a ausência de ressocialização de quem está na prisão – parte da pena quase inexistente. Nada menos de 423,4 mil processos, ao todo, estão paralisados em tribunais federais e estaduais (Agência Globo, 16/11), aguardando julgamento. Nos tribunais federais nada menos de 26 milhões de processos foram abertos em 2011 (eram 5,1 milhões em 1990). E com isso 90 milhões de processos tramitam nos tribunais.Mas no ano passado, cada ministro do STJ julgou 6955 ações; no TST, 6.299 cada um; no TSE, 1.160. Como dar conta da papelada toda ?
É evidente que nossos modos de viver, acotovelados em grandes cidades e megalópoles, geram condições favoráveis – geográficas, econômicas, sociais, de dificuldade de cobertura policial em toda a área etc. Mas as verbas previstas para construção de presídios até 2014 são de apenas R$1,1 bilhão, com 24 mil vagas implantadas, 42 mil contratadas; apenas 7.106 entregues (Folha de S. Paulo, 18/11). E quanto a novas condições sociais e econômicas nas grandes cidades, não há muitas razões para otimismo. Estudo de 40 especialistas da USP, ao lado de 81 técnicos, para o governo paulistano, diz que “A São Paulo dos sonhos” “poderá estar pronta em 2040”, nas áreas de transportes coletivos, habitação, despoluição de rios etc. E custaria R$314 bilhões.
Haja paciência e fé! E ainda a crença ilusória de que algo será possível, principalmente nas áreas de segurança e justiça, sem reformas mais amplas, de caráter global mesmo. Migração de fatores sociais e da criminalidade, escaladas de violência etc., não se detêm diante de fronteiras municipais, estaduais ou nacionais.

Impedir a periferia de ter pensamento próprio é forma de racismo, diz escritor moçambicano



Repórter da Agência Brasil (São Paulo) – O escritor moçambicano Mia Couto disse, em São Paulo, que impedir a população mais pobre de pensar por si mesma é uma prática racista. “Acredita-se que a periferia pode dar futebolista, cantor, dançarino. Mas, poeta? No sentido que o poeta não produz só uma arte, mas pensamento. Isso acho que é o grande racismo, a grande maneira de excluir o outro. É dizer: o outro pode produzir o que quiser, até o bonito. Mas, pensamento próprio, isso não”.
O escritor, que já recebeu diversos prêmios, como o da União Latina de Literaturas Românicas, visitou ontem (7) o sarau da Cooperifa. O evento é realizado toda quarta-feira no Bar do Zé Batidão, na região do Jardim Ângela, zona sul paulistana. Nessas reuniões, que ocorrem há 11 anos, crianças, adolescentes e adultos se revezam ao microfone para recitar poesia.
“É uma coisa nova que me acontece no Brasil, estar em um lugar como este”, disse ao começar o bate-papo com a plateia que lotou a laje do bar para ouvi-lo. Couto já esteve no país em várias ocasiões, mas só na noite de ontem satisfez a vontade de conhecer a periferia de uma grande cidade.
“Faltava-me essa experiência”, ressaltou. “Eu queria visitar a periferia de uma cidade brasileira pela mão de amigos, pela mão de gente da periferia”, acrescentou o autor que também se sente procedente de um lugar periférico.“Sou filho de portugueses que migraram nos anos 1950 para uma pequena cidade. Moçambique já é uma periferia. Eu sou da periferia da periferia, porque é uma cidade pequena”.
A identificação com a periferia da zona sul de São Paulo também está, segundo Couto, na resistência à condição de invisibilidade. Para ele, os moçambicanos têm buscado força para dizer: "queremos permanecer, queremos ser parte do mundo, queremos ser parte de um universo que não é sempre periferia”.
Na visão do autor, o processo é semelhante ao que ocorre com o projeto da Cooperifa que, além de fomentar a criação literária, busca formar público para a cultura produzida na região. “Eu vi aqui um pensamento que está muito vivo e que está contaminando, fazendo acontecer coisas”, destacou o escritor que admite ser fortemente influenciado pela cultura brasileira.
“Vocês não podem imaginar a importância de pessoas como Jorge Amado, por exemplo, nessa vontade de dizer: afinal, podemos falar dos nossos próprios assuntos. Afinal, o negro e o mulato podem ser personagens. Afinal, as nossas coisas têm valor”, disse, ao comentar como a literatura brasileira ajudou na formação das gerações das décadas de 1950 e 1960 em seu país.
Não só os autores brasileiros ajudaram na formação de Mia Couto, mas músicos como Chico Buarque e Caetano Veloso. “Sempre se pensa que um autor literário é influenciado por outros. E, às vezes, não é só. Eu fui muito tocado pela música brasileira”. Ele lembrou que tem um leque muito amplo de influências musicais, incluindo o sambista paulista Adoniran Barbosa.
Como morava em uma antiga casa colonial, contou que na juventude havia pressão para a demolição desse tipo de imóvel e a construção de edifícios mais modernos. “Lá em casa havia esse medo, que não era pronunciado, de que viesse qualquer coisa que nos levasse a isso. E essa canção do Adoniran Barbosa [Saudosa Maloca] era uma espécie de hino. Porque aquela demolição não era só de um edifício, era a demolição de um passado, de um lugar onde fomos felizes”.
Couto destacou que também encontra a África fortemente enraizada na alma dos brasileiros. “O brasileiro tem uma alma mestiça e conseguiu essa mestiçagem naquilo que era mais difícil, no componente religioso. As religiões africanas conseguiram se infiltrar nesse meio mais íntimo, naquilo que é mais fundo da nossa alma.
Mia Couto estudou medicina, formou-se em biologia, mas adotou o jornalismo depois da queda da ditadura em Portugal, em 1975, e engajou-se na guerra de libertação de Moçambique. É um dos autores do Hino Nacional moçambicano, adotado em 2002. Terra Sonâmbula, seu primeiro romance, de 1992, foi considerado um dos 12 melhores livros africanos do século 20 por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbábue.                               Edição: Graça Adjuto

terça-feira, 13 de novembro de 2012

‘Consumo é uma espécie de terapia’, afirma o filósofo Gilles Lipovetsky


Edição do dia 13/11/2012
13/11/2012 14h08 - Atualizado em 13/11/2012 14h08


Para pensador, há homens que ainda são movidos por valores éticos e culturais, protestam contra injustiças e não pensam só em ganhar dinheiro.




Autor do conceito de hipermodernidade, Gilles Lipovetsky acredita que viver não é sinônimo de consumir. “O consumo é uma espécie de terapia, uma maneira de fugir da velhice e da rotina”, afirma o filósofo. No entanto, ele destaca que nem tudo foi canibalizado pelo mercado e que ainda há homens que são movidos por valores éticos e culturais, que lutam contra injustiças e não pensam apenas em enriquecer.
O luxo, porém, cativa cada vez mais os indivíduos. “O luxo não conhece crise, porque o planeta está ficando mais rico. A concentração de riqueza é cada vez maior”, aponta o filósofo. Diferentemente do que acontecia no passado, quando se aceitava que o luxo estava destinado aos ricos, as pessoas querem hoje participar desse mercado.
A crise por que passam Estados Unidos e Europa não põe em xeque o desejo de consumir, mas aponta para a necessidade de transformar o consumo. Segundo Lipovestky, é preciso rever o modelo, sem demonizar o consumo. “A solução não está em uma espécie de cruzada ascética para gerar culpa nos consumidores”, diz.
O filósofo acredita que a educação ocupa um lugar importante na mudança de mentalidade. “O papel da escola é suscitar nas pessoas o gosto pelo empreendimento para que elas não sejam apenas consumidoras”, avalia. A internet, tida por muitas como capaz de revolucionar a educação, não é desconsiderada por Lipovetsky, mas o autor acredita que os professores são fundamentais.
Para assistir a entrevista completa acesse http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2012/11/consumo-e-uma-especie-de-terapia-afirma-o-filosofo-gilles-lipovetsky.html

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE (RMVPLN)



Conheça a região metropolitana do Vale do Paraíba em números atualizados!
Consulta pública sobre as potencialidades, as oportunidades e os obstáculos para o desenvolvimento da Região REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE (RMVPLN)

http://www.consultaemplasa.sustentare.org/consulta.php

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dia Internacional da Filosofia

No próximo dia 15 de Novembro é o Dia Internacional da Filosofia instituído pela Unesco desde 2002. Tem sido cada vez mais comum nas nossas escolas a organização de eventos para assinalar este dia. O tema escolhido pela Unesco este ano foi “As gerações futuras”, que assenta muita bem no clima de incerteza que se vive nos países do sul da Europa. No sentido de tomar essa incerteza e angústia pelo futuro como mote para uma reflexão significativa, elaboramos uma pequena proposta de atividade para ser desenvolvida em contexto de sala de aula. Tal como o futuro incerto que nos aguarda, a proposta é aberta, devendo ser adequada aos contextos em que será aplicada (pode-se utilizar um texto e não os dois, realizar outro questionário, centrar toda a discussão num debate e não em trabalho de grupo, etc.). 
Os documentos da atividade “Dia Internacional da Filosofia - O mito de Sísifo” encontram-se no link abaixo. O primeiro é um pequeno vídeo que pode ser utilizado para motivar os alunos, segue-se um arquivo zipado com todos os documentos. Bom trabalho.




segunda-feira, 5 de novembro de 2012

9 razões para estudar filosofia


A filosofia é uma matéria complicada, que normalmente recebe pouca atenção dos alunos e não é muito procurada para graduação. Confira 9 razões para estudar filosofia na faculdade

imagen-relacionada

No que um diploma de filosofia pode ser útil? Essa é uma questão que pode interessar aos estudantes universitários e àqueles que pretendem se graduar nessa matéria. Por que escolher estudar filosofia? Confira 9 razões:

1. Poder de reflexão

Saber refletir sobre os princípios mais importantes que modelam a sua conduta e a sua visão de mundo é uma das atividades mais importantes que você pode adquirir em sua vida. Se você a realiza com precisão, não importa qual for o seu futuro, você terá à sua disposição as mais essenciais ferramentas para enfrentá-lo.

 2. Criatividade

O estudo da filosofia encoraja o pensamento criativo oral e escrito. Devido ao caráter persuasivo do filósofo, você será treinado para criticar argumentos e inventar propostas alternativas. Isso não é nada mais do que um exercício de criatividade, o qual pode ser precioso a você não importa em qual seja sua futura ocupação.

3. Lógica

A filosofia é baseada na argumentação e, portanto, induz à familiariedade com a lógica da argumentação boa e ruim. Além disso, a maioria dos cursos de filosofia tem aula de pensamento crítico e lógica simbólica. Esta é a razão pela qual os estudantes dessa competência são bons em detectar linhas de raciocínio defeituosas, bem como contratos duvidosos.

4. Pensar por conta própria

Uma vez que o estudo da filosofia envolve uma boa dose de criatividade, persuasão e rigor lógico, então os filósofos provavelmente sabem pensar por conta própria. Quem não desejaria isso?

5. Questões fundamentais

A filosofia é tipicamente dedicada a responder questões fundamentais. Portanto, estudantes dessa matéria normalmente são educados para pensar nas mais básicas suposições em relação ao problema que estão enfrentando. Essa habilidade pode ser crucial em diversas situações de nossas vidas.

6. Escrita autêntica

A filosofia encoraja a escrita autêntica. Em redações filosóficas, mesmo que você esteja analisando a opinião de um outro autor, você não pode simplesmente copiar e colar as palavras do filósofo. Você precisa usar suas próprias palavras e realizar suas próprias críticas.

7. Oratória autêntica

Análogo ao já explicado na dica 6, para discutir filosofia, você tem que saber expressar o seu ponto de vida a um oponente com as suas próprias palavras.

8. Ler criticamente

Para ler filosofia, é preciso ter pensamento crítico. Quando você está lendo um texto filosófico, é necessário identificar o problema principal, assim como os argumentos que suportam essa visão e avaliá-los. Esta é uma habilidade que pode ser transportada a diversos outros campos e, inclusive, uma das razões pelas quais estuda-se filosofia em cursos de comunicação.
  

9. Emprego

Cada vez mais as escolas têm contratado professores de filosofia, pois esta é uma matéria - pelo menos teoricamente - obrigatória no currículo do Ensino Médio. Além disso, ela está cada vez mais presente no vestibular. Finalmente, alguns artigos têm saído na internet, vindo principalmente de portais americanos, elogiando a perfomance de filósofos no mundo dos negócios. Até o New York Times já elogiou filósofos.

A fantástica fábrica de Nobel



De um prédio suntuoso do meio do Bronx, distrito nova-iorquino marcado pela coexistência nem sempre pacífica de imigrantes de etnias diferentes, saíram algumas das mentes mais notáveis da ciência no mundo. Foi neste lugar, na escola pública Bronx Science High School, que foram formados não um nem dois, mas oito cientistas que acabaram recebendo um prêmio Nobel. O mais recente deles acabou de ser anunciado: Robert Lefkowitz recebeu o Nobel de Química deste ano por mapear uma importante família de receptores e mostrar como as células do corpo reagem a estímulos.
“Temos orgulho de oito dos nossos alunos terem sido premiados com um Nobel”, diz Jean Donahue, diretor assistente pela área de ciência, ao Porvir. A lista de premiados começou a ser construída em 1972, quando Leon Cooper ganhou o Nobel de física. Os dois seguintes, Sheldon Glashow e Steven Weinberg, colegas de escola, receberam juntos também o Nobel de Física em 1979. E assim foi. Em 1988, 1993, 2004 e 2005, todos de física. Neste ano, Lefkowitz foi o primeiro dos ex-alunos da instituição a ser laureado por suas pesquisas em química. Todos eles frequentaram os bancos e laboratórios da escola entre as décadas de 40 e 60. Se a Bronx Science High School fosse um país, estaria em 13o lugar, junto da Bélgica, em número de laureados. Apenas a título de comparação, o Brasil até hoje nunca recebeu um Nobel.
crédito Elena Moiseva / Fotolia.com
 
E qual seria o segredo para uma receita de tanto sucesso? A essa pergunta, Donahue responde com um singelo “tentamos incutir o método científico nos alunos”. Inaugurada em 1938 já com a preocupação de ser forte no ensino de ciências, a escola tem como lema “Perguntar, Descobrir e Criar”. “Nossa filosofia é centrada em ensinar habilidades de pensamento crítico. Nós queremos inspirar os alunos a fazer perguntas sobre o mundo em volta deles e guiá-los a encontrar as respostas”, afirma o diretor. Assim, diz ele, mesmo que um estudante não tenha afinidade com ciência, ele levará para a vida competências úteis que servirão em qualquer carreira.
Na prática, esse “incutir o método científico” quer dizer que um aluno interessado por ciência terá a sua disposição uma gama de disciplinas obrigatórias e eletivas um tanto rara em escolas públicas de ensino médio. Eles podem fazer aulas avançadas de genética, química analítica e microbiologia. A escola estimula seus estudantes também a encontrarem um assunto que queiram estudar a fundo e, definido o tema, os ajuda a encontrar um cientista da academia que aceite dar apoio ao trabalho dos jovens. “Muitos professores generosos têm concordado em receber nossos alunos e permitiram que eles trabalhassem em seus laboratórios”, disse Donahue.
crédito BxScience/ Divulgação
 
E para quem não gosta tanto assim de ciências, há opções de eletivas em outras áreas do conhecimento – talvez esse dado justifique o fato da escola também colecionar vencedores do Pulitzer, maior prêmio norte-americano de jornalismo – seis estudantes e sete prêmios. Só em línguas estrangeiras, os alunos têm a opção de estudar chinês, francês, grego, japonês, espanhol, italiano e até latim. Na área de humanas, é possível fazer estudos aprofundados em governo e política, geografia humana e Holocausto. “Muitos de nossos alunos têm interesse particular em ciência e matemática, mas muitos não têm”, afirma o professor.
Para entrar na escola, é preciso fazer um exame de admissão e ser morador de Nova York. A procura costuma ser grande, uma vez que, além do histórico de Nobel e Pulitzer, a escola está entre as mais bem avaliadas de Nova York e seus egressos costumam ir bem nos vestibulares das universidades norte-americanas. E isso, para uma região que vive desafios sociais, é sempre uma boa notícia. “Muitos dos nossos alunos vêm de famílias de imigrante. Muitos são realmente pobres, mas a maior parte vem de famílias com rendimentos modernos”, disse o diretor.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Médicos veem relação entre vida urbana e distúrbios mentais


Carta Capital 29/10/12

Barulho, trânsito, lixo, pessoas apressadas e se empurrando por todos os lados – a vida nas grandes cidades é estressante. Mas as perspectivas de um emprego melhor, um salário mais alto e de um estilo de vida urbano atraem cada vez mais pessoas às cidades. Se há 60 anos menos de um terço da população mundial vivia em cidades, hoje mais da metade mora em centros urbanos. Até 2050, a estimativa é que essa cota atinja 70%.
“Com o aumento das populações urbanas, o número de distúrbios psíquicos também tem aumentado em todo o mundo”, alerta Andreas Meyer-Lindenberg, diretor do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim. “Somente a depressão custa aos cidadãos europeus 120 bilhões de euros por ano. O custo de todas as doenças psíquicas juntas, incluindo demência, ansiedade e psicose, ultrapassa o orçamento do fundo de resgate do euro. A frequência e a gravidade dessas doenças costumam ser subestimadas”, afirma.
Somente a depressão custa aos cidadãos europeus 120 bilhões de euros por ano. Foto: Adamina/Flickr

Em 2003, psiquiatras britânicos publicaram um estudo sobre o estado psicológico dos moradores do bairro londrino de Camberwell, uma área que teve um grande crescimento desde meados da década de 1960. Entre 1965 e 1997, o número de pacientes com esquizofrenia quase dobrou – um aumento acima do crescimento da população.
Na Alemanha, o número de dias de licença médica no trabalho relacionada a distúrbios mentais dobrou entre 2000 e 2010. Na América do Norte, recentes estimativas apontam que 40% dos casos de licença estão ligados à depressão.
“Nas cidades pode acontecer de as pessoas não conhecerem seus vizinhos, não conseguirem construir uma rede de apoio social como nas vilas e pequenas cidades. Elas se sentem sozinhas e socialmente excluídas, sem uma espécie de rede social de segurança”, observa Andreas Heinz, diretor da Clínica de Psiquiatria e Psicoterapia no hospital Charité, em Berlim.
Quase não existem estudos consistentes sobre a influência do meio urbano no cérebro humano. Mas pesquisas com animais mostram que o isolamento social altera o sistema neurotransmissor do cérebro. “Acredita-se que a serotonina é um neurotransmissor importante para amortecer situações de risco. Quando animais são isolados socialmente desde cedo, o nível de serotonina diminui drasticamente. Isso significa que as regiões que respondem a estímulos ameaçadores são desinibidas e reagem de maneira mais forte, o que pode contribuir para que o indivíduo desenvolva mais facilmente distúrbios de ansiedade ou depressões”, diz Heinz.
Um dos primeiros estudos feitos com seres humanos parece confirmar essa suposição. Com ajuda de um aparelho de ressonância magnética, a equipe do psiquiatra Andreas Meyer-Lindenberg analisou o cérebro de pessoas que cresceram na cidade e de pessoas que se mudaram para a cidade já adultos.
Enquanto os voluntários resolviam pequenas tarefas de cálculo, os pesquisadores os colocavam sob pressão, por exemplo criticando que eles eram muito lentos, cometiam erros ou que eram piores que seus antecessores.
“Olhamos especificamente para as áreas do cérebro que são ativadas quando se está estressado – e que também têm um desenvolvimento distinto, dependendo da experiência urbana que a pessoa teve. Especialmente as amídalas cerebelosas reagiram ao estresse social, e de maneira mais intensa quando o voluntário vinha de um ambiente urbano. Essa região do cérebro está sempre ativa quando percebemos algo como sendo uma ameaça. Elas podem desencadear reações agressivas que podem gerar transtornos de ansiedade”, explica Meyer-Lindenberg.
Além disso, quem cresceu na cidade grande apresentava, sob estresse, em regiões específicas do cérebro, uma atividade semelhante à apresentada por pessoas com predisposição genética para a esquizofrenia.
Pesquisa melhora planejamento urbano
Em todo o mundo, as cidades estão crescendo muito e se transformando. “Mas não existem ainda dados significativos de como uma cidade ideal deve ser quando se leva em consideração a saúde mental de seus habitantes”, observa Meyer-Lindenberg.
Por isso, o especialista desenvolveu, em colaboração com geólogos da Universidade de Heidelberg e físicos do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, um dispositivo móvel que pode testar voluntários em diversos pontos de uma cidade. Assim, os pesquisadores podem testar o funcionamento do cérebro em lugares e situações diferentes, como num cruzamento ou num parque.
Juntamente com posteriores análises do cérebro dos voluntários, os pesquisadores esperam obter dados mais concretos de como o cérebro processa os diferentes aspectos da vida cotidiana nas cidades.
Os resultados dessa pesquisa poderão ser de grande valor para a arquitetura e o planejamento urbano, afirma Richard Burdett, professor de estudos urbanos da London School of Economics. Para ele, o neuro-urbanismo, uma nova área do conhecimento que estuda a relação entre o estresse e as doenças psíquicas, pode ajudar a evitar a propagação de doenças psíquicas nas cidades.
“Planejadores urbanos precisam ter em mente que devem encontrar o equilíbrio entre a necessidade de organizar muitas pessoas em pouco espaço e a necessidade de se criar espaços abertos”, acrescenta.
“As pessoas precisam ter acesso a salas de cinema, encontrar-se com amigos e passear nas margens dos rios. Hoje esses aspectos são, muitas vezes, ignorados quando novas cidades são planejadas na China ou na Indonésia. Os arquitetos se preocupam com as proporções e as formas, e os urbanistas, com a eficiência do transporte público. Mas muitas vezes não temos ideia do que isso faz com as pessoas.”

sábado, 27 de outubro de 2012

Site sobre Anatomia Humana


Site proporciona uma fantástica viagem com alta qualidade de imagens e precisão de imagens através do corpo humano: https://www.biodigitalhuman.com/

Estão abertas as inscrições para Curso de Idiomas no CEL - Centro de Estudos de Línguas - E.E. Prof. José Vieira Macedo



Estão abertas as inscrições para Curso de Idiomas no CEL - Centro de Estudos de Línguas - E.E. Prof. José Vieira Macedo - R. Ipiau nº 162 - Jardim Satélite - Zona Sul de São José dos Campos.
Idiomas: Espanhol, Alemão, Inglês, Japonês e Mandarim
Quem pode se inscrever? Alunos matriculados a partir da 6ª série / 7º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino público.
Período de Inscrição: de 22/10 a 30/11
Horário: das 14h às 17h / 18h às 20h
Documentos necessários: Atestado de escolaridade; xerox da certidão de nascimento; xerox do RG; Xerox do comprovante de residência com CEP; 1 foto 3x4 recente.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Atividade 2º ano de Filosofia - Princípios da Bioética

Atividade 1
Elaborar no caderno seu entendimento acerca dos quatro princípios da Bioética



Atividade 2
A questão da morte segundo a Filosofia
Elabore uma reflexão sobre o texto abaixo

Filosofia da existência: Heidegger, medo e angústia
Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Qual o sentido da vida? É difícil encontrar uma pessoa que, pelo menos uma vez, já não fez essa pergunta. Ela revela algo importante sobre nós, seres humanos. Primeiro, que temos consciência de estar vivos e de que vamos morrer algum dia. Segundo, que isso deve ter algum sentido, ou seja, um sentido propriamente humano.

Biologicamente, o sentido da vida é passar os genes para frente: vivemos enquanto indivíduos para garantir a continuidade da espécie como um todo. Mas esse sentido biológico não nos satisfaz. Imaginamos que possa haver algo além da satisfação de nossas necessidades vitais. Pois a satisfação das necessidades é um meio para nos mantermos vivos não a finalidade ou sentido da vida.

Como disse o filósofo Heráclito de Éfeso (540 - 470 a.C.) "se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer". Os bois vivem o momento, para eles não existe um passado nem um futuro, pois para ter passado e futuro é preciso haver um sentido.


 

A morte
Podemos igualmente viver como bois ou atribuir um sentido para existência. Isto é, pensá-la como um projeto, com uma parte por realizar que é condicionada pelo que já se fez e pelo nosso ser-no-mundo, nossa situação concreta. A dimensão do tempo só aparece quando percebo a minha finitude, que eu sou um ser-para-morte. Saber que se vai morrer é o que desperta a questão do sentido, pois se vamos morrer, que sentido tem estar vivo?

A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia. O medo nos faz não pensar na morte, não nos enfrentarmos com o problema, adiá-lo, esquecê-lo. Mergulhamos em ocupações, em falações, até conversamos sobre a morte de outros, mas não da nossa.

Segundo o filósofo Martin Heidegger (1889-1976), o medo nos convida a viver na impropriedade, não atribuímos sentido, deixamos que os outros e as circunstâncias o atribuam, nos alienamos de nós mesmos, vivemos sempre correndo, com nossas agendas cheias de distrações que nos ocupam. Vivemos num sentido impróprio que não aponta em direção alguma, como uma finalidade sem fim.


A angústia
Por que nos esforçamos por ser belos, ter dinheiro, possuir coisas? Claro, tudo isso pode fazer sentido, mas como meio, não como fim em si mesmo. Na verdade, são na maioria dos casos "sentidos emprestados", na falta de um sentido que seja próprio.

Se o medo da morte me lança na impropriedade, a angústia produz o efeito contrário, ela abre a inospitalidade do mundo, para sensação de "ficar sem chão". A angústia me revela uma compreensão do meu morrer, que sou singular. Percebo que não posso escapar da convocação que a angústia me faz de viver na propriedade. Ou seja, a possibilidade de ser eu mesmo.


Meu próprio tempo
Sou um tempo que se esgota e só tenho essa existência para ser quem sou. Percebo que sou o meu próprio tempo, não o tempo dos relógios, sempre regular e homogêneo. Mas um tempo finito em que o presente só faz sentido em relação a um futuro, a um projetar-se que me revela como realizador de minha própria história, que realiza um sentido que eu mesmo escolhi como minha marca pessoal na história da humanidade.

Heidegger não estabelece um juízo de valor de que seria melhor viver na autenticidade do que na impropriedade. Ambas são possibilidades de ser. Em qualquer momento da vida posso passar de uma a outra e vice-versa. Posso eleger um dos sentidos já prontos ou construir o meu. A vida em si não tem sentido, somos nós que atribuímos um sentido para ela.