Atividade 1
Elaborar no caderno seu entendimento acerca dos quatro princípios da Bioética
Atividade 2
A questão da morte segundo a Filosofia
Elabore uma reflexão sobre o texto abaixo
Filosofia da existência: Heidegger, medo e angústia
Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3
Pedagogia & Comunicação
Qual o sentido da vida? É difícil encontrar uma pessoa
que, pelo menos uma vez, já não fez essa pergunta. Ela revela algo importante
sobre nós, seres humanos. Primeiro, que temos consciência de estar vivos e de
que vamos morrer algum dia. Segundo, que isso deve ter algum sentido, ou seja,
um sentido propriamente humano.
Biologicamente, o sentido da vida é passar os genes para frente: vivemos
enquanto indivíduos para garantir a continuidade da espécie como um todo. Mas
esse sentido biológico não nos satisfaz. Imaginamos que possa haver algo além
da satisfação de nossas necessidades vitais. Pois a satisfação das necessidades
é um meio para nos mantermos vivos não a finalidade ou sentido da vida.
Como disse o filósofo Heráclito de Éfeso (540 - 470 a.C.) "se a felicidade
estivesse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram
ervilhas para comer". Os bois vivem o momento, para eles não existe um
passado nem um futuro, pois para ter passado e futuro é preciso haver um
sentido.
A morte
Podemos igualmente viver como bois ou atribuir um sentido
para existência. Isto é, pensá-la como um projeto, com uma parte por realizar
que é condicionada pelo que já se fez e pelo nosso ser-no-mundo, nossa situação
concreta. A dimensão do tempo só aparece quando percebo a minha finitude, que
eu sou um ser-para-morte. Saber que se vai morrer é o que desperta a questão do
sentido, pois se vamos morrer, que sentido tem estar vivo?
A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia.
O medo nos faz não pensar na morte, não nos enfrentarmos com o problema,
adiá-lo, esquecê-lo. Mergulhamos em ocupações, em falações, até conversamos
sobre a morte de outros, mas não da nossa.
Segundo o filósofo Martin Heidegger (1889-1976),
o medo nos convida a viver na impropriedade, não atribuímos sentido, deixamos
que os outros e as circunstâncias o atribuam, nos alienamos de nós mesmos,
vivemos sempre correndo, com nossas agendas cheias de distrações que nos
ocupam. Vivemos num sentido impróprio que não aponta em direção alguma, como
uma finalidade sem fim.
A angústia
Por que nos esforçamos por ser belos, ter dinheiro,
possuir coisas? Claro, tudo isso pode fazer sentido, mas como meio, não como
fim em si mesmo. Na verdade, são na maioria dos casos "sentidos
emprestados", na falta de um sentido que seja próprio.
Se o medo da morte me lança na impropriedade, a angústia produz o efeito
contrário, ela abre a inospitalidade do mundo, para sensação de "ficar sem
chão". A angústia me revela uma compreensão do meu morrer, que sou
singular. Percebo que não posso escapar da convocação que a angústia me faz de
viver na propriedade. Ou seja, a possibilidade de ser eu mesmo.
Meu próprio tempo
Sou um tempo que se esgota e só tenho essa existência
para ser quem sou. Percebo que sou o meu próprio tempo, não o tempo dos
relógios, sempre regular e homogêneo. Mas um tempo finito em que o presente só
faz sentido em relação a um futuro, a um projetar-se que me revela como
realizador de minha própria história, que realiza um sentido que eu mesmo
escolhi como minha marca pessoal na história da humanidade.
Heidegger não estabelece um juízo de valor de que seria melhor viver na
autenticidade do que na impropriedade. Ambas são possibilidades de ser. Em
qualquer momento da vida posso passar de uma a outra e vice-versa. Posso eleger
um dos sentidos já prontos ou construir o meu. A vida em si não tem sentido,
somos nós que atribuímos um sentido para ela.
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