segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Médicos veem relação entre vida urbana e distúrbios mentais


Carta Capital 29/10/12

Barulho, trânsito, lixo, pessoas apressadas e se empurrando por todos os lados – a vida nas grandes cidades é estressante. Mas as perspectivas de um emprego melhor, um salário mais alto e de um estilo de vida urbano atraem cada vez mais pessoas às cidades. Se há 60 anos menos de um terço da população mundial vivia em cidades, hoje mais da metade mora em centros urbanos. Até 2050, a estimativa é que essa cota atinja 70%.
“Com o aumento das populações urbanas, o número de distúrbios psíquicos também tem aumentado em todo o mundo”, alerta Andreas Meyer-Lindenberg, diretor do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim. “Somente a depressão custa aos cidadãos europeus 120 bilhões de euros por ano. O custo de todas as doenças psíquicas juntas, incluindo demência, ansiedade e psicose, ultrapassa o orçamento do fundo de resgate do euro. A frequência e a gravidade dessas doenças costumam ser subestimadas”, afirma.
Somente a depressão custa aos cidadãos europeus 120 bilhões de euros por ano. Foto: Adamina/Flickr

Em 2003, psiquiatras britânicos publicaram um estudo sobre o estado psicológico dos moradores do bairro londrino de Camberwell, uma área que teve um grande crescimento desde meados da década de 1960. Entre 1965 e 1997, o número de pacientes com esquizofrenia quase dobrou – um aumento acima do crescimento da população.
Na Alemanha, o número de dias de licença médica no trabalho relacionada a distúrbios mentais dobrou entre 2000 e 2010. Na América do Norte, recentes estimativas apontam que 40% dos casos de licença estão ligados à depressão.
“Nas cidades pode acontecer de as pessoas não conhecerem seus vizinhos, não conseguirem construir uma rede de apoio social como nas vilas e pequenas cidades. Elas se sentem sozinhas e socialmente excluídas, sem uma espécie de rede social de segurança”, observa Andreas Heinz, diretor da Clínica de Psiquiatria e Psicoterapia no hospital Charité, em Berlim.
Quase não existem estudos consistentes sobre a influência do meio urbano no cérebro humano. Mas pesquisas com animais mostram que o isolamento social altera o sistema neurotransmissor do cérebro. “Acredita-se que a serotonina é um neurotransmissor importante para amortecer situações de risco. Quando animais são isolados socialmente desde cedo, o nível de serotonina diminui drasticamente. Isso significa que as regiões que respondem a estímulos ameaçadores são desinibidas e reagem de maneira mais forte, o que pode contribuir para que o indivíduo desenvolva mais facilmente distúrbios de ansiedade ou depressões”, diz Heinz.
Um dos primeiros estudos feitos com seres humanos parece confirmar essa suposição. Com ajuda de um aparelho de ressonância magnética, a equipe do psiquiatra Andreas Meyer-Lindenberg analisou o cérebro de pessoas que cresceram na cidade e de pessoas que se mudaram para a cidade já adultos.
Enquanto os voluntários resolviam pequenas tarefas de cálculo, os pesquisadores os colocavam sob pressão, por exemplo criticando que eles eram muito lentos, cometiam erros ou que eram piores que seus antecessores.
“Olhamos especificamente para as áreas do cérebro que são ativadas quando se está estressado – e que também têm um desenvolvimento distinto, dependendo da experiência urbana que a pessoa teve. Especialmente as amídalas cerebelosas reagiram ao estresse social, e de maneira mais intensa quando o voluntário vinha de um ambiente urbano. Essa região do cérebro está sempre ativa quando percebemos algo como sendo uma ameaça. Elas podem desencadear reações agressivas que podem gerar transtornos de ansiedade”, explica Meyer-Lindenberg.
Além disso, quem cresceu na cidade grande apresentava, sob estresse, em regiões específicas do cérebro, uma atividade semelhante à apresentada por pessoas com predisposição genética para a esquizofrenia.
Pesquisa melhora planejamento urbano
Em todo o mundo, as cidades estão crescendo muito e se transformando. “Mas não existem ainda dados significativos de como uma cidade ideal deve ser quando se leva em consideração a saúde mental de seus habitantes”, observa Meyer-Lindenberg.
Por isso, o especialista desenvolveu, em colaboração com geólogos da Universidade de Heidelberg e físicos do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, um dispositivo móvel que pode testar voluntários em diversos pontos de uma cidade. Assim, os pesquisadores podem testar o funcionamento do cérebro em lugares e situações diferentes, como num cruzamento ou num parque.
Juntamente com posteriores análises do cérebro dos voluntários, os pesquisadores esperam obter dados mais concretos de como o cérebro processa os diferentes aspectos da vida cotidiana nas cidades.
Os resultados dessa pesquisa poderão ser de grande valor para a arquitetura e o planejamento urbano, afirma Richard Burdett, professor de estudos urbanos da London School of Economics. Para ele, o neuro-urbanismo, uma nova área do conhecimento que estuda a relação entre o estresse e as doenças psíquicas, pode ajudar a evitar a propagação de doenças psíquicas nas cidades.
“Planejadores urbanos precisam ter em mente que devem encontrar o equilíbrio entre a necessidade de organizar muitas pessoas em pouco espaço e a necessidade de se criar espaços abertos”, acrescenta.
“As pessoas precisam ter acesso a salas de cinema, encontrar-se com amigos e passear nas margens dos rios. Hoje esses aspectos são, muitas vezes, ignorados quando novas cidades são planejadas na China ou na Indonésia. Os arquitetos se preocupam com as proporções e as formas, e os urbanistas, com a eficiência do transporte público. Mas muitas vezes não temos ideia do que isso faz com as pessoas.”

sábado, 27 de outubro de 2012

Site sobre Anatomia Humana


Site proporciona uma fantástica viagem com alta qualidade de imagens e precisão de imagens através do corpo humano: https://www.biodigitalhuman.com/

Estão abertas as inscrições para Curso de Idiomas no CEL - Centro de Estudos de Línguas - E.E. Prof. José Vieira Macedo



Estão abertas as inscrições para Curso de Idiomas no CEL - Centro de Estudos de Línguas - E.E. Prof. José Vieira Macedo - R. Ipiau nº 162 - Jardim Satélite - Zona Sul de São José dos Campos.
Idiomas: Espanhol, Alemão, Inglês, Japonês e Mandarim
Quem pode se inscrever? Alunos matriculados a partir da 6ª série / 7º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino público.
Período de Inscrição: de 22/10 a 30/11
Horário: das 14h às 17h / 18h às 20h
Documentos necessários: Atestado de escolaridade; xerox da certidão de nascimento; xerox do RG; Xerox do comprovante de residência com CEP; 1 foto 3x4 recente.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Atividade 2º ano de Filosofia - Princípios da Bioética

Atividade 1
Elaborar no caderno seu entendimento acerca dos quatro princípios da Bioética



Atividade 2
A questão da morte segundo a Filosofia
Elabore uma reflexão sobre o texto abaixo

Filosofia da existência: Heidegger, medo e angústia
Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Qual o sentido da vida? É difícil encontrar uma pessoa que, pelo menos uma vez, já não fez essa pergunta. Ela revela algo importante sobre nós, seres humanos. Primeiro, que temos consciência de estar vivos e de que vamos morrer algum dia. Segundo, que isso deve ter algum sentido, ou seja, um sentido propriamente humano.

Biologicamente, o sentido da vida é passar os genes para frente: vivemos enquanto indivíduos para garantir a continuidade da espécie como um todo. Mas esse sentido biológico não nos satisfaz. Imaginamos que possa haver algo além da satisfação de nossas necessidades vitais. Pois a satisfação das necessidades é um meio para nos mantermos vivos não a finalidade ou sentido da vida.

Como disse o filósofo Heráclito de Éfeso (540 - 470 a.C.) "se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer". Os bois vivem o momento, para eles não existe um passado nem um futuro, pois para ter passado e futuro é preciso haver um sentido.


 

A morte
Podemos igualmente viver como bois ou atribuir um sentido para existência. Isto é, pensá-la como um projeto, com uma parte por realizar que é condicionada pelo que já se fez e pelo nosso ser-no-mundo, nossa situação concreta. A dimensão do tempo só aparece quando percebo a minha finitude, que eu sou um ser-para-morte. Saber que se vai morrer é o que desperta a questão do sentido, pois se vamos morrer, que sentido tem estar vivo?

A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia. O medo nos faz não pensar na morte, não nos enfrentarmos com o problema, adiá-lo, esquecê-lo. Mergulhamos em ocupações, em falações, até conversamos sobre a morte de outros, mas não da nossa.

Segundo o filósofo Martin Heidegger (1889-1976), o medo nos convida a viver na impropriedade, não atribuímos sentido, deixamos que os outros e as circunstâncias o atribuam, nos alienamos de nós mesmos, vivemos sempre correndo, com nossas agendas cheias de distrações que nos ocupam. Vivemos num sentido impróprio que não aponta em direção alguma, como uma finalidade sem fim.


A angústia
Por que nos esforçamos por ser belos, ter dinheiro, possuir coisas? Claro, tudo isso pode fazer sentido, mas como meio, não como fim em si mesmo. Na verdade, são na maioria dos casos "sentidos emprestados", na falta de um sentido que seja próprio.

Se o medo da morte me lança na impropriedade, a angústia produz o efeito contrário, ela abre a inospitalidade do mundo, para sensação de "ficar sem chão". A angústia me revela uma compreensão do meu morrer, que sou singular. Percebo que não posso escapar da convocação que a angústia me faz de viver na propriedade. Ou seja, a possibilidade de ser eu mesmo.


Meu próprio tempo
Sou um tempo que se esgota e só tenho essa existência para ser quem sou. Percebo que sou o meu próprio tempo, não o tempo dos relógios, sempre regular e homogêneo. Mas um tempo finito em que o presente só faz sentido em relação a um futuro, a um projetar-se que me revela como realizador de minha própria história, que realiza um sentido que eu mesmo escolhi como minha marca pessoal na história da humanidade.

Heidegger não estabelece um juízo de valor de que seria melhor viver na autenticidade do que na impropriedade. Ambas são possibilidades de ser. Em qualquer momento da vida posso passar de uma a outra e vice-versa. Posso eleger um dos sentidos já prontos ou construir o meu. A vida em si não tem sentido, somos nós que atribuímos um sentido para ela.





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

863 índios se suicidam... e quase ninguém viu


Nas últimas semanas, além do futebol de sempre, do final da novela “Avenida Brasil”, outros dois assuntos ocuparam as manchetes: o julgamento do chamado "mensalão" e, em São Paulo, o programa de combate a homofobia, grotescamente apelidado de "Kit Gay". Porém quase nenhuma importância se deu a uma espécie de testamento de uma tribo indígena. Tribo com 43 mil sobreviventes.
A justiça federal decretou a expulsão de 170 índios na terra em que vivem atualmente. Isso no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, à margem do Rio Hovy. Isso diante de silêncio quase absoluto da chamada Grande Mídia. (Eliane Brum trata do assunto no site da revista Época). Há duas semanas, numa dramática carta-testamento, os Kaiowá-Guarani informaram:
-Não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui, na margem do rio, quanto longe daqui. Concluímos que vamos morrer todos. Estamos sem assistência, isolados, cercados de pistoleiros, e resistimos até hoje. Comemos uma vez por dia.
Em sua carta-testamento os Kaiowá/Guarani rogam:
- Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Pedimos para decretar nossa extinção/dizimação total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar nossos corpos. Este é o nosso pedido aos juízes federais.
Diante dessa história dantesca, a vice-procuradora Geral da República, Déborah Duprat, disse: "A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida da questão indígena em todo o mundo".
Em setembro de 1999 estive por uma semana na reserva Kaiowá/Guarani, em Dourados. Estive porque ali já acontecia a tragédia. Tragédia diante do silêncio quase absoluto. Tragédia que se ampliou, assim como o silêncio. Entre 1986 e setembro de 1999, 308 índios haviam se suicidado. Índios com idade variando dos 12 aos 24 anos. 
Suicídios quase sempre por enforcamento, ou veneno. Suicídios por viverem confinados em reservas cada vez menores, cercados por pistoleiros ou fazendeiros que agiam, e agem, como se pistoleiros fossem. Suicídio porque viver como mendigo ou prostituta é quase o caminho único para quem deixa as reservas.
Italianos e um brasileiro fizeram um filme-denúncia sobre a tragédia. No Brasil, silêncio quase absoluto: Porque Dourados, Mato Grosso, índios... isso está muito longe. Isso não dá Ibope, não dá manchete. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, o índice de assassinatos na Reserva de Dourados é de 145 habitantes para cada 100 mil. No Iraque, esse índice é de 93 pessoas em cada 100 mil.
Desde 1999, quando estive em Dourados com o fotógrafo Luciano Andrade, outros 555 jovens Kaiowá/Guarani se suicidaram no Mato Grosso do Sul. Sob aterrador e quase absoluto silêncio. Silêncio dos governos e da Mídia. Um silêncio cúmplice dessa tragédia.

domingo, 21 de outubro de 2012

A Sociologia da Violência e da Criminalidade


A Sociologia da Violência e da Criminalidade trata das questões referentes aos fenômenos sociais da violência e da criminalidade. Violência difere-se da criminalidade por que existem crimes que não são cometidos com violência física. No sentido contrário existem atos violentos que não constituem crime. Por exemplo, uma luta de boxe ou de karatê olímpicos. Esses esportes pressupõem golpes violentos que muitas vezes fraturam ou provocam cortes nos praticantes, nem por isso constitui-se crime. Já uma briga de rua, onde os oponentes saem feridos, não só se trata de um crime (vandalismo, lesão corporal) como possui caráter violento. Essa área da sociologia também estuda as principais teorias criminológicas da criminologia e as diversas escolas formadas a partir do século XX.
Os fatores que geram a violência no Brasil, e em várias nações mundiais, são dos mais diversos modelos. Havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o racismo,  o conflito de religiões, diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar. Circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade é a desigualdade social.
A DESIGUALDADE SOCIAL é um câncer que está piorando há séculos, quanto mais se fala sobre esse problema, mais as autoridades fecham os olhos, ou as janelas nos sinais de trânsito. A desigualdade social, identificada por mim como o fator que mais gera violência, é resultado da AMBIÇÃO dessa sociedade burguesa. Sendo que a maior parte da população não tendo outro meio de obter sua subsistência entra na vida do crime, e consequentemente na violência. Fator gerador da desigualdade social é o DESEMPREGO, como fora mostrado a preocupação, pelo menos aparente, de abranger este assunto nas últimas eleições presidenciais. Pois não há meio de obter um padrão de vida aceitável sem um emprego, e tendo procura demasiada e ofertas escassas muitas vezes trazem abusos nos assalariados, parecendo voltar a épocas anteriores a Revolução Industrial. Esses abusos muitas vezes trazem consequências assustadoras, como a marginalização do assalariado, que por não aceitar situações deploráveis tenta ‘vida mais fácil’ no tráfico de DROGAS. Efeito posterior é seu vínculo ‘eterno’ com o morro e a dependência da droga, sendo um criminoso inconsequente em muitas vezes por não estar no seu estado normal.
Partindo para uma visão mais ampla da situação achamos causas mais subjetivas, como o RACISMO que é parte integrante da desigualdade social. Como mostra estatísticas recentes onde negros ganham significativamente menos que brancos, ou que negros são praticamente 50% da população brasileira, sendo que o número destes na universidade não chega a 5%.
A RELIGIÃO é motivo de conflitos no mundo inteiro, sendo que no Brasil este não é muito presente. Guerras milenares vêm aniquilando seres humanos sem piedade, trazendo o nome de Deus como justificativo pra tal ato. Como ocorre no Iraque, onde Xiitas e Sunitas estão em guerra desde a morte de Maomé, por diferenças religiosas.
FALTA DE INVESTIMENTOS DO GOVERNO na sociedade para permitir o cidadão a recorrer a meios mais humanos para a sobrevivência é outro agente que gera violência. Pois sem um investimento pesado na educação, na infraestrutura do país e radicais reformas tributária e agrária será muito difícil, quase impossível, diminuir a violência. Essa situação faz o cidadão NÃO TER PERSPECTIVA para um futuro promissor, aliado a uma perversa EDUCAÇÃO FAMILIAR que passa de geração para geração.

Wright Mills: "A imaginação sociológica"



De tempos em tempos parece necessário resgatar alguns conceitos históricos desenvolvidos por sociólogos para que não canham no esquecimento ou para que não tenham seu sentido desviado. Nos anos 1960, Wright Mills, sociólogo da tradiação crítica norte-americana, desenvolveu o conceito de "imaginação sociológica", que ajudou muitos de seus alunos na época a se engajarem nos mais diversos movimentos sociais que emergiram naquele contexto agitado, além de questionarem as razões para uma Guerra com o Vietnã. 

Wright Mills (1969) descreve o pensamento sociológico como uma prática criativa, que define como “imaginação sociológica”. Essa prática criativa seria a tomada de consciência sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade mais ampla. Trata-se da capacidade de conectar situações da realidade, como os interesses em disputa, percebendo que a sociedade não se apresenta de determinada forma por acaso. Essa conscientização derivada do conhecimento sociológico permite que todos (não apenas os sociólogos por formação) compreendam as ligações existentes entre o ambiente social pessoal imediato e o mundo social impessoal que circunda e que colabora para moldar as pessoas. Resgatando elementos específicos elaborados pelos pensadores sociais mais clássicos, Mills (1969) aponta como um elemento-chave dessa “imaginação sociológica” a capacidade de poder visualizar a sociedade com um certo sentido de distanciamento, em vez de fazê-lo apenas da perspectiva das experiências pessoais e das pré-concepções culturais.


A “imaginação sociológica” é um ato que permite ir além das experiências e observações pessoais para compreender temas públicos de maior amplitude. O divórcio, por exemplo, é um fato pessoal inquestionavelmente difícil para o marido e para a esposa que se separam, bem como para os filhos. Entretanto, o uso da “imaginação sociológica” permite compreender o divórcio não apenas como problema pessoal individual, mas também como uma preocupação social. O aumento da taxa de divórcio redefine uma instituição fundamental – a família. Com a perspectiva da “imaginação sociológica”, Mills (1969) vai propor como possibilidade da sociologia permitir que o indivíduo relacione sua biografia com a realidade histórico-social, permitindo, assim, a conscientização do agente. Desta forma, poder-se-ia argumentar que o conhecimento sociológico pretende implementar o aprendizado tradicional, independentemente da futura profissionalização dos sujeitos. O sentido seria o de oferecer um instrumental analítico-reflexivo, forjado em todos os cidadãos. Cabe salientar que a “imaginação sociologia” não consistiria simplesmente em aumentar o grau de informação das pessoas, mas: "O que precisam, o que sentem precisar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode estar acontecendo dentro deles mesmos" (MILLS, 1969, p. 11). 

A utilização da “imaginação sociológica” se fundamenta na necessidade de conhecer o sentido social e histórico do indivíduo na sociedade e no período no qual sua situação e seu ser se manifestam. Mills também sugere que por meio da “imaginação sociológica” os homens podem perceber o que está acontecendo no mundo, e compreender o que acontece com eles, como minúsculos pontos de cruzamento da biografia e da história, na sociedade (MILLS, 1969, p. 14). 

Como base nessa forma de reflexão, Schaefer (2006) entende que a “imaginação sociológica” é uma ferramenta que proporciona poder, que permite olhar para além de uma compreensão limitada do comportamento humano, ver o mundo e as pessoas de uma forma nova, através de uma “lente” mais potente que o olhar habitual. Pode ser algo tão simples como entender por que alguém com quem temos afinidades prefere música sertaneja ao hip-hop ou entender as diferenças culturais entre as populações do mundo.

MILLS, Wright C. A imaginação sociológica. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969. 246p.

SCHAEFER, Richard T. Sociologia. 6ª edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.

sábado, 20 de outubro de 2012

O que estudar a menos de um mês do Enem


Confira abaixo algumas dicas de assuntos que você deve focar nesta reta final:
ÁreaO que você deve focarDicas
Redação - Treine o texto dissertativo. O Enem avaliará a sua capacidade de argumentação. Poderá cair um desses três eixos temáticos: o homem frente a si mesmo (felicidade, honestidade, crenças...), o homem frente ao homem (justiça social, atuação política, violência...) e o homem em relação ao meio biofísico (meio ambiente, poluição, preservação de recursos naturais...) - O Ministério da Educação (MEC) liberou uma cartilha explicando como funciona a redação. Vale a pena dar uma olhada! Confira neste link.
Português - Estude principalmente figuras de linguagem, variantes linguísticas (texto formal ou informal, norma culta), funções da linguagem (referencial, poética, metalinguístifca...), gêneros textuais (carta, crônica...)
 - A gramática no Enem é avaliada no contexto do enunciado. Estude como um tempo verbal pode alterar o sentido de uma frase.
 - A prova de Linguagens é a única do Enem em que a resposta pode estar no próprio enunciado. Por isso, faça uma boa leitura da questão.
Inglês - A prova de inglês é essencialmente de interpretação de texto. Mas é importante assimilar as principais diferenças gramaticais entre o português e o inglês, como falsos cognatos, tempos verbais como o present perfect, a ordem dos adjetivos, os principais sufixos e prefixos, voz passiva e ativa, discurso indireto e frases condicionais. - Leia sites de jornais ingleses e americanos, principalmente matérias sobre política, ciência e economia, que geralmente são abordadas nas questões. Isso o ajudará a entender a estrutura do idioma e a conhecer novos vocabulários.
Espanhol - Assim como no inglês, no espanhol é preciso dar atenção à interpretação de texto. Podem cair questões gramaticais ligadas à diferença entre os advérbios muy e mucho, o uso do pretérito indefinido e o pretérito perfeito e estilo indireto. - O vocabulário deve ser sempre estudado em um contexto. Para aperfeiçoar a leitura, leia alguns textos acadêmicos, publicados por universidades de países como México e Espanha.
Matemática - Estude porcentagem, conversão de medidas, sólidos geométricos, cálculo de área, funções trigonométricas, funções do 1º e do 2º graus, equações do 1º e do 2º graus, razão e proporção (regra de três, o que diretamente proporcional ou inversamente proporcional). - Fique atento à leitura de gráficos e tabelas, que sempre aparecem nas questões. Preste muita atenção aos pontos de máximo e mínimo nas funções apresentadas.
História
 - Dê uma revisada em movimentos sociais ao longo da História (organização e luga do operariado, camponeses, movimentos populares anti-escravidão no Brasil, luta das mulheres por diretos civis e políticos).
 - Veja também civilizações indígenas no Brasil e na América e manifestações de cultura popular (Maio de 1968, Diretas Já...).
 - É preciso quase sempre relacionar um texto à uma imagem. Na hora da prova, vale a pena prestar atenção até às legendas e às fontes de onde os materiais foram retirados.
Geografia - Estude urbanização (cidades, problemas sociais e ambientais urbanos), a questão da indústria mundial, questões ambientais (desmatamento, desgaste de solos), energia (construção de usinas hidrelétricas e suas consequências para o meio ambiente e sociedade), água (de abastecimento à geração de energia). - Fique atento: na geografia é comum a abordagem de temas ligados à outras áreas, como física e biologia. Por exemplo: questões sobre energia podem abordar tanto aspectos científicos como geográficos.
Biologia - É importante estudar assuntos ligados à ecologia (ciclos biogeoquímicos - carbono, água e nitrogênio), poluição ambiental, teias alimentares (energia e matéria) e bioquímica relacionada à botânica (fotossíntese). - Os assuntos que mais caem giram em torno de ecologia, fisiologia (humanos e doenças) e citologia (incluindo manipulações de DNA).
Química - Dê uma boa revisada em cálculo estequiométrico, equilíbrios químicos, soluções, termoquímica. - Na parte de orgânica é importante que o estudante conheça as funções e tenha noções de isomeria (plana e espacial)
Física - Estude principalmente relações energéticas, transformações de energia, circuitos elétricos, energia mecânica. Também é comum aparecer no exame questões sobre Leis de Newton, empuxo e propagação de ondas. - A física cobrada no Enem é quase sempre ligada ao cotidiano do estudante. Podem cair questões sobre consumo energético de equipamentos eletrônicos de casa (como chuveiro) associadas às leis de Ohm e à potência elétrica.
Consultoria: Professores - Cursinho do XI: Leonardo Braga Scriptore (Inglês), Christian Francis Braga de Oliveira Soares (Espanhol), Roberto Andres (Biologia), Francisco Flávio Ribeiro Viana (Física); Professor - Cursinho da Poli: Eduardo Izidoro Costa (Matemática); Professores - Cursinho Anglo: João Usberco (Química), Francisco Platão Savioli (Português e Redação), Paulo Roberto Moraes (Geografia), Gianpaolo Franco Dorigo (História).

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Alternativa da proposta de trabalho do 4º bimestre - 1º ano de Sociologia

Caros alunos,

O tema é "Desigualdade Social" e as fontes são diversas, já postei o primeiro vídeo que inclusive se trata do mesmo exibido na sala de vídeo. Contudo para quem quiser outra provocação para conduzir sua pesquisa, indico o vídeo abaixo:


Data de entrega: 09 de novembro de 2012 - INDIVIDUAL
Não se esqueça da capa com identificação do aluno (nome, número e série), desenvolvimento (pesquisa da net ou de impressos), conclusão (opinião pessoal) e bibliografia.

Felicidade e Virtude em Aristóteles


Nessa fecunda e providencial madrugada a presença inesperada de Aristóteles me fez retomar alguns pensamentos sobre sua filosofia, em especial a relação entre felicidade e virtude. Para nosso nobre filósofo, felicidade depende da virtude, a capacidade de desenvolver plenamente o que se é. A virtude é sempre a melhor coisa, realização da própria potência. Portanto, a felicidade não é a mesma para todos. Felicidade e virtude formam, para Aristóteles, uma vida completa. É importante não confundir virtude com desejo. Todavia, o homem não é apenas um ser natural. Ele precisa aprender o que é essa natureza e como controlá-la, a virtude seria para ele uma espécie de segunda natureza, tamanha a sua importância para a espécie humana. Filtrada pelo crivo da razão, a descoberta de nossas próprias virtudes nos levará à felicidade. Portanto, não existe felicidade separada do conhecimento. Em que eu sou bom?' é a primeira pergunta para uma vida boa.
A busca pela virtude deve ser mediada pela razão para não se transformar em impulsos. O caminho do meio é o recomendado por ele, pois o excesso pode não gerar felicidade e a falta causa infelicidade. A “via media” (vida mediada, meditada, centrada ao meio, equilibrada) não é a mediocridade, longe disso. É o caminho da racionalidade, que permite a autorreflexão. É a partir dessa reflexão que nós conhecemos nossa própria via media. É no cotidiano que a descoberta acontece. Nosso intelecto não tem via media, apenas nossas ações, nosso corpo, sentimentos, aquilo que precisa moderação. Portanto, o aprendizado não é somente intelectual, mas de caráter, do que é bom ou mau, algo muito importante. Aquilo que temos como hábito é a raiz da formação do caráter.
Hábito e prática, em Aristóteles, são decorrentes de nossas interações com os outros, algo impossível de desaprender. A análise do hábito é virtude intelectual. Pensar sobre ele não é algo natural. Ninguém pensa como segurar um lápis. O aprendizado é uma saída do hábito mental para um desconforto e, consequentemente, um novo hábito. Quando quebramos o automatismo do hábito, aprendemos. É uma tarefa difícil, pois os elos do hábito são fortíssimos. Pode-se questionar todos os hábitos. Agir de fato e questioná-los é algo mais raro. Todo inovador encontra resistência. Retirar outros da zona de conforto é muito difícil e raramente aceito de primeira. Enfim, o sucesso da educação depende do hábito dos ouvintes (alunos).

Trabalhos de Sociologia

Alunos, os temas dos trabalhos de sociologia do 4º bimestre estão arquivados no arquivo do mês de setembro do blog.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PRAZO DE ENTREGA DOS TRABALHOS - TODO ENSINO MÉDIO

Atenção alunos dos 1º, 2º e 3º anos de Filosofia e Sociologia!!!

O Prazo de entrega para os trabalhos será na semana de 05 a 09 de novembro, durante as minhas aulas. Não serão aceitos trabalhos fora desse prazo ou em aulas de outras turmas.

2º ano - Filosofia - Trabalho 4º bimestre

Tema: Bioética

Instrução: Escolha um dos temas de bioética abordados em sala de aula e elabore uma pesquisa aprofundada com reflexões filosóficas sobre o assunto selecionado.


3º ano - Filosofia - Trabalho 4º bimestre

Tema: A Felicidade segundo a Filosofia

Instrução: Escolha um dos filósofos estudados em sala de aula e pesquise de modo aprofundado sobre seu pensamento acerca do tema "Felicidade"





domingo, 14 de outubro de 2012

Filosofia e Sociologia na formação da PM do Rio de Janeiro e constroem ações concretas de inteligência policial

A política de pacificação de territórios antes dominados pelo tráfico de drogas fez com que o estado do Rio de Janeiro registrasse os menores índices de violência dos últimos 20 anos. Mas o que mudou na formação dos policiais que agem diretamente nesse processo? A grade formação foi totalmente reformulada, passando a ter aulas com professores civis de disciplinas como Direitos Humanos, Sociologia,
 Filosofia e Psicologia, entre outras. A metodologia agora é focada em tornar o oficial um parceiro da comunidade, com uma abordagem cidadã e respeitosa. A grande mudança na formação do policial foi a transversalidade sobre o tema de Direitos Humanos sobre toda a grade curricular do curso de formação de praças da PM. Todas as matérias abordam, indistintamente, a importância, necessidade e todos os princípios ligados a essa questão. Não se trata mais dos extremismos da violência bestial x direitos humanos exclusivos para criminosos, a missão que se apresenta agora é direitos humanos para quem sobrevive honestamente, apesar da precariedade habitacional, educacional e de necessidades primárias como saúde e alimentação. Enfim, é como afirmava o grande filósofo Giordano Bruno: Um sábio causa mais mudanças que uma multidão de bárbaros!

sábado, 13 de outubro de 2012

Dia das Crianças Solidário vira matéria do Jornal "O Vale"

Alunos doam brinquedos a crianças





PAULA MARIA PRADO
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
11/10/2012
Alunos da escola estadual José Vieira Macedo, no Jardim Satélite, zona sul de São José, doaram brinquedos às crianças carentes da Casa de Assis, no bairro do Freitas, zona norte.
Cerca de 100 brinquedos, que foram arrecadados em uma campanha entre os estudantes e vizinhos da escola, foram entregues para as 23 crianças da instituição.
"A ideia partiu dos próprios alunos que fazem parte do grêmio estudantil. Apenas os orientei", afirmou o professor de sociologia Alex Rodolfo Carneiro. 
"A ação é uma forma de ajudarmos a comunidade", afirmou Wesley Batista, 18 anos, aluno do segundo ano e presidente do grêmio..
A Casa de Assis cuida de unidades familiares, como mães e filhos vítimas de violência doméstica ou de abandono. 

Link do jornal "O Vale" com a matéria: http://www.ovale.com.br/regi-o/alunos-doam-brinquedos-a-criancas-1.326948